Quando o tempo chega

by - setembro 18, 2021


O tempo passa


Sim, o tempo chega. O futuro, outrora figurado em nossa mente, materializa-se e vira presente, que tão logo virará passado. A vida corre e nós sequer nos damos conta da efemeridade de nossa vivência, até que, seja por distração, ou por um momento de análise, somos atingidos pelas mudanças que o tempo teceu em linhas delicadas, engenhosas como cada batida dos ponteiros responsáveis por ceifar o que não volta mais.

Os bebês que vimos nascer agora ensaiam passos em direção à adolescência, nosso bichinho de estimação já não tem mais todo aquele pique de anos atrás, há um grisalho nos fios dos cabelos de nossos pais – talvez até mesmo nos nossos; amigos se casam, constituem família, selam o acordo dos ciclos que se encerram para que outros iniciem. O tempo chegou.


Como um telespectador surpreso com os acontecimentos de uma novela, somos golpeados pela gama de cenas decorridas, transmitidas em nossa mente feito um filme, onde a sequência de passado mistura-se ao presente, dando lugar à face evocativa da saudade.

Em que ocasião o Cronos acelerou as coisas?


Em um dia, estamos fantasiando, idealizando situações porvindouras que, em um piscar de olhos tornam-se reais; no outro, a criança que antes conjecturava o que estava por vir se depara com o hoje, experienciando a nostalgia atrelada aos sonhos juvenis nem sempre concretizados, mas ainda vivos em seu interior esculpido por imaginações, recordações e expectativas guardadas no baú mágico da existência.

O tempo é eterno. Nossa passagem na terra é provisória, porém, o modo como desfrutamos deste intervalo entre o início e o fim é o que faz tudo valer à pena; é o que nos eterniza perante a vida, essa sábia senhora que, assim como a lua, é repleta de fases, cada qual com sua beleza e importância.

Os anos passam, nós crescemos, tudo muda, tudo é cíclico. Pessoas vêm, pessoas vão, fazemos e refazemos a trilha de um caminho cujo fim será o mesmo para todos nós. Como diria Clarice Lispector: “Vida é o desejo de continuar vivendo e viva é aquela coisa que vai morrer. A vida serve é para se morrer dela.”

Autora: Agatha Freitas.

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