A metamorfose - Franz Kafka

by - agosto 27, 2020

A metamorfose franz kafka


Livros: A metamorfose

Autor: Franz Kafka

Editora: Planeta de livros Brasil (selo Minotauro)

Páginas: 144 / 2019

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Livro cedido pela editora**


Imagine que em um dia qualquer, você é impossibilitado de seguir sua vida como todos os dias: não pode mais sair para trabalhar, fazer coisas simples como comer como antes, não pode mais ver sua família e, ainda por cima, mal reconhece a si mesmo...


Ah, claro, você poderia dizer que é exatamente o que estamos vivendo em época de pandemia, certo? Certo! Porém, aqui temos uma pequena e essencial diferença: uma mutação. Isso mesmo, você metamorfoseou e virou um inseto pegajoso e horripilante aos olhos alheios. Consegue imaginar?


É exatamente o que Gregor vive, nesse clássico da literatura de Kafka.


Aqui o protagonista é vítima de uma mutação estranha e não sabe o que foi que lhe ocorreu. Vivendo trancado no quarto após isso, ele perde o emprego, a família não aguenta olhar para ele e tudo o que se pergunta é se um dia sua vida voltará ao normal.


Com o passar dos dias, em meio a sua amargura de ver sua família sem sua procedência de sustento e ainda tendo que lidar com sua existência incômoda, Gregor reconhece o abismo em que sua vida se encontra.



    REFLEXÕES SOBRE O LIVRO

 


O que fazer quando tudo o que você fazia não pode mais surtir efeito?


O que fazer quando você não é mais como era antes e ninguém sabe lidar com essa mudança?


O que fazer quando tudo o que fazemos com aquilo que é diferente e estranho aos nossos olhos é distanciar, julgar, menosprezar?


O que perdemos quando não fazemos NADA para compreender além daquilo que vemos?


Não tenho como dar opinião sobre este livro, pois se trata de uma literatura mais filosófica, histórica, psicológica e sociológica do que outra coisa.


Li várias resenhas sobre o livro após minha leitura e cheguei à mesma conclusão que todos: o quanto nossa vida é moldada pelo que fazemos e o quanto aquilo que fazemos é moldado pelo que nos sustenta, sim, o trabalho. E eu poderia divagar por horas sobre isso, mas quero trazer outra reflexão, um pouco além do que li nas resenhas.


Essa história me tocou, desde o começo, e me fez pensar/sentir pela lente de Gregor. A mais plena reflexão que tirei foi: nós não sabemos lidar com o diferente, simplesmente porque o diferente é visto como ameaça e não como o que é: outra versão daquilo que conhecemos.


Ao se tornar um inseto, Gregor deixou de ser Gregor? Deixou de sentir, de amar, de ter medos, de precisar de alguém? Gregor, talvez, tenha deixado de ser um humano, mas ainda sim era alguém, alguém que sentia todo o menosprezo dos outros, simplesmente porque ninguém podia tentar compreendê-lo.


O “anormal” atinge nossa vida, mas não nos permitimos crescer com ele, ao contrário, julgamos, apontamos o dedo e dizemos “isso” e “aquilo” sem nunca tentar entender quem é que está do outro lado, quais são seus sentimentos, seus medos, suas lutas...


Precisaremos, porém, virar um Gregor-inseto para ver além de nossas lentes?


Apenas leia A metamorfose e sinta-se metamorfoseado também.


Agora é com você: já leu este clássico? O que acha dessa premissa e da reflexão que eu mencionei?

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