Os dias que se foram sem um bilhete de adeus

by - agosto 08, 2017

Hoje estou desmoronando. Não como se o mundo estivesse acabando. Nem como se a vida tivesse chegado ao fim, é só que, sério, não tenho me sentido inteira faz tempo, parece que sempre falta algo. Hoje, como de costume, já acordei pela metade. Uma metade que nem sei se é possível medir. Talvez não haja rótulos para ela, simples assim. Ou talvez haja apenas seus pedaços indefiníveis espalhados pelo quarto frio. Sabe quando você acorda com as incertezas pulando do coração e a razão fora de área por tempo indeterminado? Acordei sem cobertura alguma.

Talvez seja por isso que senti frio logo assim que abri os olhos, apesar da coberta quente e felpuda que me cobria o corpo. Eu quis a quentura dos braços dele. Do colo da minha mãe. Do abraço forte do meu pai. Eu quis um corpo que não estivesse na frieza do meu. Porque, aqui dentro, o gelo já estava evaporando, congestionando as veias. O frio atingiu em cheio o coração amargurado. E, quer saber? Não há xícara de chá quente que resolva. É que, às vezes, não é só o frio do lado de fora que congela, o de dentro faz os piores estragos.

Mas hoje é só mais um dia. Repito até que eu mesma acredite que não se possa fazer muito mais por ele. É só mais um dia na bagagem do calendário. E nós estamos no meio de todo esse trânsito que anda rápido e bagunçado e, de repente, já é dezembro, mas a gente sequer completou a lista de tarefas de janeiro. Os dias vão indo, mas sinto que estou parada no sinal vermelho. Algo está fora da minha rota e eu não sei dizer o que é. Será que é assim que a gente se sente quando o carro acaba a gasolina? Ou é quando a gente não tem mais vontade de ir?

Será que é assim que a gente fica quando não sabe mais por qual caminho seguir?

É tão difícil dizer adeus para as histórias que vamos deixando para trás. É tão difícil desapegar quando, na verdade, a gente vive no apego profundo. Somos puros apegos. É por isso que sofremos quando as malas estão prontas e somos obrigados a dizer adeus. Ninguém sabe dizer adeus. Não de verdade. Não, quando, no fundo, nossa maior vontade é de ficar. Não, quando, na verdade, queremos mesmo é carregar tudo conosco, porque, simplesmente, não sabemos deixar muita coisa para trás.

Somos museu.

Desse que guarda eternas lembranças dos melhores momentos. Momentos feitos para durar. Momentos feitos para serem guardados até que a nossa caixa da memória se dissolva com o tempo. Então a gente vai vivendo os dias que se vão sem deixar que muita coisa vá junto. Os dias vão, mas a gente sempre fica meio perdido, não é? Nunca sabemos se estamos no caminho certo. No entanto, a gente está lá, sempre na fila da esperança de acertar. O tipo de fila infinita. O tipo de fila que não tem fim, muito pior que a do banco.

Os dias passam.

E essa é uma frase simples. Talvez, você nem sinta a grandeza dessas palavras, ou sinta, mas tenta disfarçar com um riso amarelo, dizendo que está tudo bem. Está bem que os dias passem sem que a gente perceba que passaram? A gente não espera que as coisas acabem, mesmo sabendo que um dia isso irá acontecer. Foi tudo o que aconteceu com os dias que se foram sem, em momento algum, deixar um adeus num bilhete qualquer.

E tudo bem. A gente não sabe dá adeus mesmo.

A gente não diz adeus, porque o adeus parece um eco que não tem fim, mas, no fundo, nós sabemos que tem. E mais ainda, sabemos o quanto dói.

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2 Recados

  1. Uauuu q lindoooo tocou mtoo, as vezes me sinto assim tão friaaa, e concordo não sabemos dizer adeus pq doi e doi mtoo somos eternos museus e eu como sou haha apegada assumida. Ameei o texto e q alegria te-lo p ler e ser avisada haha. Bjs lindeza ansiosa p o próximo rs vc sempre me descreve😚😍

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    Respostas
    1. Oi, Cláudia! <3
      Já disse que adoro suas visitas? Pois é, adoro! Hahaha.
      Fico muito feliz por se identificar sempre com que escrevo, viu? Principalmente por gostar! <3
      Obrigada pelo apoio e visita de sempre!
      Volte mais vezes, viu?!
      Super beijo,
      Sâm.

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