#Resenha: O Pessegueiro - Sarah Addison

by - maio 12, 2018

Título: O Pessegueiro

Autora: Sarah Addison

Editora: Planeta dos Livros

Páginas: 256

Ano de publicação: 2013

Onde comprar: Amazon / Saraiva

A História


Essa é uma história de amizade, mas também de amor e descobertas. Uma história que mudou a vida de todos os que viviam em Walls of Water, na Carolina do Norte.

A Blue Ridge Madam é um clube feminino antigo, que guardava muitas e muitas histórias. Próximo da chegada do dia do baile mais esperado do local, que seria na Madam, Paxton fazia de tudo para que nada saísse errado. Contratando seu irmão, Colin, Paxton contava com sua ajuda para fazer reformas no lugar.

Colin, por sua vez, sendo apaixonado por natureza e paisagismo, já chegava em Walls of Water colocando tudo em ordem. Foi quando conheceu o pessegueiro. O pessegueiro era uma árvore grande e espessa que ocupava o lugar, no entanto, o mesmo não dava frutos. Foi descoberto que o pessegueiro não fazia parte da construção na época, tendo sido plantado quando a família de Willa se mudou para lá.

Ao contatarem Willa para saber sobre o que seriam as coisas que encontraram enterradas onde o pessegueiro fora plantado, perceberam que havia muita coisa fora do comum nisso tudo e que ninguém sabia ao certo que acontecera ali. Os fatos não estavam na cara, sendo preciso ir mais afundo nessa história toda para encontrar vestígios de amor, intrigas, traições, amizades e promessas que ultrapassavam o tempo.

Ah, você sabe, não é? Segredos e mistérios nunca ficam enterrados por muito tempo.

Personagens principais


Willa Jackson tinha sua vida monótona, se mantendo longe de problemas do tipo que ela era acostumada a causar. Ela tinha trinta anos. Willa tinha fama de que aprontava todas na escola, era responsável por todos os trotes que aconteciam, conhecida como “a piadista”. Com cabelos ondulados e rebeldes, de cor castanho-claro, em um corte que ia até pouco abaixo das orelhas, ela é dona de uma loja de artigos esportivos que também tem roupas e equipamentos ecológicos, bem como uma espécie de café instalado na loja, deixando o local com perfume de grãos torrados. É uma mulher que fugiu de quem era para não causar mais problemas a todos e a si mesma; a mudança foi drástica, e agora ela não entende o motivo de Colin a venerar tanto, afinal, hoje ela é completamente diferente.

Paxton Osgood é irmã de Colin, apaixonada por Sebastian e morava na casa de piscina dos pais, sendo alta como o irmão e tendo curvas generosas. Estava sempre muito bem arrumada, com roupas elegantes e um porte bem dotado. Tinha 30 anos de idade, era uma pessoa que tentava sempre alcançar a perfeição e descobrir que ela não existe foi seu maior desafio. Presidente do clube feminino da Madam, Paxton tentava realizar o baile de gala da melhor forma possível, contratando seu irmão para ajudar nessa tarefa e contando com o Clube Social Feminino da Madam. Foi quando começava a reforma da Blue Ridge Madam que sua vida mudou totalmente, porque segredos, como já disse, por mais que sejam bem guardados, jamais ficam enterrados para sempre.

Colin Osgood é irmão de Paxton, com cabelos escuros, ele era bem diferente dela. Arquiteto paisagista, ele era um cara apaixonado pela natureza, que se formou nessa área e vivia sua vida construindo, deslocando, plantando e arquitetando projetos de paisagismo. Ele era um homem grande, de presença marcante. No ensino médio, sofria com apelidos por causa da sua estatura, mas o tempo que ele passou distante o modificou totalmente, pois, agora, Colin tinha confiança e independência, impunha suas escolhas e não abria mão delas. Ele era um cara bacana, lindo e inteligente, que admirava Willa quando descobriu que era ela a piadista. Ao reencontrá-la, buscou tentar trazer de volta aquela menina que lhe inspirou a tomar decisões corajosas, só que ela não era mais essa pessoa... Portanto, naquele momento, ele precisaria reconhecê-la.

Personagens secundários


Sebastian era dentista e melhor amigo de Paxton, embora ela seja totalmente apaixonada por ele. Ele sabia disso, mas parecia que não sentia o mesmo, aparentemente ele gostava de homens. Ele era alto e tinha olhos azuis, extremamente gentil e amigável, sempre estando disponível para ajudá-la quando mais precisa. Ele é o tipo de melhor amigo que não se pode perder e que todo mundo gostaria de ter ao lado. Eles se conheciam muito bem, mas Sebastian percebia cada vez mais que Paxton mantinha seus sentimentos por ele, isso o deixava incomodado. Uma coisa não se pode negar, ele jamais abriria mão dela, fosse como fosse.

Rachel Edney trabalhava na loja esportiva de Willa. Oito anos mais nova que Willa, Rachel era uma mulher bondosa, que se preocupava com a chefe, levando-a a nunca descartar suas opiniões. Apaixonada pelo local, ainda com seus vinte e dois anos, ela acabou ficando por lá e estava bem com isso.

Agatha, Nana, é avó de Paxton. É uma idosa turrona e cega. Ela era melhor amiga de Georgie e, diferente da velha amiga, sua memória e mentalidade estão saudáveis e impecáveis. Ela guardava a sete chaves lembranças que viveu na Madam com Gergie e suas amigas. E lembranças podem mudar tudo na vida de uma pessoa...

Georgie é a avó de Willa de setenta anos. Ela vivia em uma casa de repouso, a mesma que Agatha vivia. No entanto, Georgie estava mais debilitada que Agatha. Costumava ser a melhor amiga de Agatha, mas muita coisa acontecera naquela época e, talvez, isso fará toda a diferença até nos dias atuais.

Capa, escrita e detalhes


A capa do livro é linda, porém não permite que imaginemos o que é, de fato, a história. Nos faz imaginar que é um romance bonito, mas nem de longe dá para saber que existem tantos mistérios a ser desvendados (o que gosto bem mais, claro).

Quem conhece a escrita da Sarah sabe o quanto é gostosa de ler e o quanto a leitura flui rapidamente. Se pela capa não é possível saber que existem segredos e mistérios a ser revelados, pela escrita é impossível não perceber. Impossível não devorar... Sarah Addison é mestre em criar histórias com um toque de fantasia, mistério e muitas revelações bombásticas (o que adoro, claro novamente).

O livro é narrado em terceira pessoa e conta a história pela perspectiva dos personagens em questão. Todos têm sua colaboração na história e suas vidas caracterizadas de forma singular, o que também amo, pois se tornam personagens reais e bem construídos, possibilitando que nos coloquemos em seu lugar. Então, em cada parte da história, o livro é narrado pela perspectiva de um determinado personagem.

A história é cheia de reviravoltas quanto aos segredos que vão sendo descobertos no desenvolver da trama. Laços de família serão quebrados, outros renovados. Amores serão desfeitos, outros encontrados. Desamores farão parte do caos da história, mas reencontros poderão te fazer sorrir, com cara de bobo quando vê uma cena bonita. Amizades estarão em risco, enquanto outras estarão se descobrindo. E o mistério todo é que nem toda árvore dá bons frutos, há aquelas que dão frutos ruins, mas também há aquelas que nem frutos dão. São inférteis, de amor e de paz.

Conclusão


Gente, primeiro quero dizer que li esse livro em uma leitura conjunta com a lindeza de sempre da Marina do Blog Resenhando por Marina, leiam a resenha dela aqui! Obrigada, Mah, pela companhia nas mais altas madrugas e por nunca rejeitar uma aventura mágica! ❤
Uma coisa é fato nas histórias da Sarah, inclusive nessa: é preciso gostar de ir além daquilo que é visto como normal. Sabe quando o surreal habita nossos sonhos? Nesse livro, nossos sonhos é que habitam o surreal. É que o mundo aqui não é comum aos olhos, mas vai esquentar seu coração. Vai te deixar encabulada(o), se perguntando como é que a autora faz para construir universos tão encantadores e, ao mesmo tempo, com as imperfeições que sempre vão existir.

Em O pessegueiro, descobrimos o quanto uma promessa é importante na vida de alguém e o quanto muda tudo quando são mantidas. Descobrimos que a amizade que criamos através de laços fortes e verdadeiros pode até ser abalada, mas, se você ainda acreditar, ela se manterá. Sobreviverá ao tempo. E iremos descobrir que crescer não significa mudar apenas, mas se descobrir. Não podemos ser como querem que sejamos só pelo fato de nos verem de tal forma, às vezes é necessário mudar a forma como nos veem para nos tornarmos quem realmente somos.

Recomendo muito! Principalmente para quem ama romance e fantasia. Aliás, recomendo também o livro A garota que perseguiu a lua (resenha aqui), também da autora, que amei da mesma forma.

Citações favoritas


"(...) os cortes de papel significam que há mais coisas escritas na página, palavras que os olhos não podem ver, e os pássaros estão sempre a postos, para protegê-lo daquilo que você não vê."

"Revestira sua vida com tanta calma que achava que nada poderia penetrá-la. Aparentemente, algumas coisas ainda podiam."

"As superstições são a forma de o homem tentar controlar coisas de que não tem controle algum."

"Sua avó lhe descrevera isso uma vez, depois de fazer  uma torta de limão que saiu ruim, e era exatamente o gosto da tristeza."

"Isso é o que acontece quando você tem demais. Ele passa a ser como poeira, algo que constantemente se desloca ao seu redor, mas você nunca toca de fato."

"Segredos nunca permanecem sepultados, independentemente do esforço que você faça. "

"Por que as meninas tinham tanta pressa de crescer? Agatha jamais entenderia. A infância era mágica. Deixá-la para trás era uma perda monumental."

"Parte de seu coração ainda estava ali em algum lugar. Ele só gostaria de saber onde, para que pudesse pegá-lo de volta.”

“Não há nada mais satisfatório do que colocar no papel o que você mais quer. Isso dá substância a algo que antes era  tão abstrato quanto o ar. Isso é um passo a mais para o seu desejo se tornar real.”

“Toda vida precisa de um pouquinho de espaço. Isso deixa lugar para que coisas boas entrem.”

“Porque somos ligadas, como mulheres. É como uma teia de aranha. Se uma parte dessa teia vibra, se há problemas, todas nós sabemos. Contudo, namaior parte do tempo, somos apenas medrosas, egoístas ou  inseguras demaispara ajudar. Mas, se não nos ajudarmos, quem irá fazê-lo?”

“As pessoas se adaptam. As pessoas mudam. Você pode, sim, crescer no lugar onde se enraizar.”

“Quando você é adolescente, seus amigos são sua vida. Quando você cresce, as amizades ficam cada vez mais distantes, até parecer um luxo, uma frivolidade, como um banho de espuma.”

“— A felicidade é um risco. Se você não sentir um pouquinho de medo, não está fazendo a coisa certa.”

“O destino nunca lhe conta tudo de cara. Nem sempre lhe é mostrado o caminho de vida que você deve seguir. Mas se havia uma coisa que Willa aprendera nas últimas semanas era que, quando você realmente tem sorte, encontra alguém com o mapa.”

“Se você abrir espaço em sua vida, boas coisas entrarão.”

Hei! Acho que você vai gostar disso também:

0 Recados

E você, o que achou do post? Me conte aqui nos comentários!
Deixe seu link para eu conhecer seu blog também. ;)

Que tal as postagens mais recentes diretamente no seu e-mail?



Textos para sua alma