Uma nota sobre nós

by - maio 30, 2018


Você foi chegando de mansinho, tão suave e, ao mesmo tempo, tão intenso. Eu fingi que nada estava acontecendo aqui dentro, enquanto você acontecia aqui fora, transformando tudo o que eu conhecia. Você nem percebeu que estava deixando tudo diferente para mim, talvez por ter estado fingindo tanto quanto eu. A gente nunca quer criar expectativas, certo? Às vezes vale a pena ser surpreendida pela vida. Pelo amor. Ou apenas por um par de olhos castanhos, um sorriso iluminado e um jeito peculiar que passei a amar sem sequer compreender como.

Sabe uma música que a gente escuta uma vez e quer tê-la para sempre tocando em nosso player? Você se tornou meu modo repetir. Quando dei por mim, estava ouvindo uma, duas, três... tantas vezes que seria impossível contar, mas cantar a gente canta. Você surgiu como uma música qualquer que ouvimos por aí mas que, de repente, toca tão fundo que é impossível parar de escutar. E você ficou tocando em mim durante um tempo, sabe? Um tempo que seria impossível descrever, porque as coisas boas são assim: indefiníveis. Juntei minhas juras de amor com suas notas musicais e passei a ser cantoria ao seu lado.

É só por isso que preciso agradecer. Agradecer por todos os dias em que arranhou meu disco. Todos os dias em que melodiou para mim. Se fez presente. Ficou. Quero agradecer por todas as vezes em que decidiu que seria melhor ir, mas, no fundo, percebeu que fugir, como tentamos fazer de início, não resolve. Então você voltou. E trouxe a música boa para minha vida de novo. Suas notas foram simples, mas tocantes. Até hoje eu não sei como deixar de querer ouvi-las, dia após dia, noite após noite. É que vejo a rima nesse seu riso tão singelo e espontâneo. É que sou cantoria quando lembro do quanto me entreguei ao som das nossas gargalhadas, tão cúmplices.

Você chegou de mansinho, mas não foi de mansinho que decidiu ficar. É que as portas sempre estiveram abertas para você. É que os sentimentos foram crescendo tão rápidos, se entrelaçando em um emaranhado de novas cores e ritmos. Viramos arte. Dessas que não entendemos bem, mas que ainda assim a contemplamos por sua beleza. Fosse um filme, seríamos a trilha sonora perfeita para os inúmeros momentos em que o casal protagonista se descobre amante.

É que amamos cada pedacinho de nós. É que torcemos um pelo outro. Fazemos morada, fazemos amor. Viramos o ritmo perfeito das batidas do coração acelerado entre um olhar e outro. Viramos a música que sempre que se repete parece ser inédita como da primeira vez. Talvez por sermos insanos. Talvez por sermos unidos. O que sei é que somos transbordantes. Viramos páginas e narramos um pouco mais dessa história toda todos os dias. Somos uma história bizarra que acabou dando certo, com uma música de fundo em estilo de suspense que se transformou em um toque suave, descrevendo, em sua completude, nossa mais nova melodia.

Agora, somos um batuque incansável de risos com gostinho de amanhecer, novas conquistas e um amor imensurável.

E aqui vai mais uma nota sobre nós: somos notáveis. Infinitamente.

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2 Recados

  1. Que mais fofo. Esses amores são os melhores. Eu sou bem ruim pra escrever sobre um amor que ainda existe. Acho que me motivo mais a escrever na dor de um amor perdido.

    Vidas em Preto e Branco

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    Respostas
    1. Oi, Lary!
      Eu confesso que também sou melhor quando escrevo sobre a dor, incertezas, medos e desilusões. Mas os leitores também precisam de coisas boas, não é? Hehe. Me esforço por isso.
      Obrigada, linda!
      Volte sempre.
      Super beijo,
      sâm

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