Desde
um tempo atrás que venho pensando em te pedir abrigo. Não quero café fresco
pela manhã, não quero bolo de laranja e nem cereais com leite. Aliás, eu até
quero, mas não é disso que mais preciso. Não quero que seja rico, que tenhamos uma
casa enorme e muitos bens materiais. Porque quero aconchego, quero janelas
arreganhadas onde eu possa sentar uma tarde inteira e terminar todos os meus
livros empoeirados da estante. E a única riqueza que quero que tenhamos é esse
nosso amor, com muitos risos e companheirismo. A nossa única riqueza será a
nossa vida, nossos sonhos, nossos planos saindo do papel do pensamento e
entrando em cena, finalmente.
Deixa-me
tentar ser pra você aquilo que venho querendo ser? Deixa-me cuidar, dar
carinho, encher de amor e paz seu coração que já me adotou faz tempo. Deixa-me
tentar te fazer sentir a vibração contagiante que sinto dentro de mim quando
penso em nossas noites chuvosas com gostinho de pizza de madrugada e filme
picante. Deixa eu te fazer cócegas na
alma de tanto rir. Porque gosto desse seu sorriso, do jeitinho que surgir, de
canto, meio aberto, com dentes à mostra, com o rosto enrugado e olhos
fechadinhos. De qualquer forma. É que te ver sorrir é uma sensação perfeita de
amor, felicidade, alívio e agradecimento.
É
o que venho fazendo desde que nos conhecemos: agradecendo. Tenho andado tão
agradecida que se eu tentar definir, estraga. Eu realmente agradeço por ter
esbarrado em você num desses dias bobos em que não se espera nada de bom. E o
mais engraçado é que parece pouco. Agradecer parece ser muito pouco, quero
retribuir. Retribuir a você toda coisa gostosa que me faz sentir, esse tipo de
coisa que não sabemos dar nome, porque sabemos que nada pode alcançar seu real
sentido. Aliás, você é uma das poucas coisas que me faz perder o sentido,
assim, do nada. E quando volto pra Terra, penso ter sido abduzida por um anjo e
ter chegado até as estrelas. Pode parecer bobo ou historinha pra criança
dormir, pois que seja, só quero que entenda que é coisa de outro mundo esse aconchego
todo que encontro em você.
E,
talvez, eu tenha feito surgir algum efeito bom em você também. Ninguém me
aturaria por tanto tempo assim. O que quero dizer é que a porta sempre esteve
aberta e, mesmo eu torcendo pra que não quisesse ir embora, você sempre esteve
livre pra ir. E sabe qual a melhor parte nessa história inteirinha? Você não
foi. Essa é a parte em que eu sorrio abobada olhando para trás e vejo o quanto
você teve oportunidades para ir e, mesmo assim, decidiu ficar. Bom, somos duas
pessoas determinadas, quanto a isso não podemos negar. Permanecemos um ao lado
do outro quando tivemos total direito de ir embora, chutar o balde e largar
tudo pra trás. Somos vencedores do tempo ruim, das tempestades rudes e dos dias
de desistência.
Preciso
retribuir. Deixa-me tentar? Eu te juro nada. Não te prometo dias melhores e
muito menos gargalhadas. Porque temos que viver com os pés no chão, os dias
ainda nos tentarão. Mas se quisermos mesmo que nossas cenas planejadas entrem
para o nosso filme, devemos vencer mais uma vez, e mais uma vez e sempre.
Porque seremos sempre guerreiros dos dias e, sobrevive, o amor que for forte o
suficiente para lidar com furacões e lágrimas inacabáveis. Porque passa, você
sabe. E depois que passa, vem a melhor parte, com arrepios pelo corpo, olhares
fulminantes e desejo de estar um no braço do outro outra vez: o momento das
pazes. E a gente libera o amor que pausou no momento em que a tempestade
passava. E ele vem tão mais forte que um sorriso não basta, sempre vem
acompanhado com uma lágrima. Lágrima de felicidade eterna. Por que não tentamos juntos?
Sâmela Faria
Como sempre mais um texto lindão ne moça parabéns rs :D
ResponderExcluir#Compartilhei!
Obrigada linda! <3
ExcluirVolte sempre.
Beijos