Esse clássico de Orwell é difícil de descrever, mas creio que tudo que ele escreveu seja. Embora pareça simples, é complexo. De início, você pode até pensar que trata de uma fábula infantojuvenil, mas não demora a perceber que é muito mais que isso.

O livro já inicia com um diferencial considerável, já que os personagens principais são animais. Tem-se todo tipo de bicho que se possa imaginar: cavalos, galinhas, porcos, ovelhas, cachorros...

Tudo começa quando um dos integrantes do grupo (sou péssima com nomes, gente) começa a questionar e a se revoltar com a forma como ele e todos os seus iguais vivem. E eles vivem numa fazenda de humanos, em que um homem carrasco que não está nem aí para os animais é o coronel.

Com isso, eles criam uma revolução, tiram os humanos do poder e assumem as rédeas da fazenda, que passou a se chamar "fazenda dos animais". Eles também constroem suas próprias regras e acreditam que agora vão viver em paz.

No entanto, aos poucos e sem mostrar muita significância a princípio, algumas regras vão sendo quebradas... Algumas atitudes estranhas vão sendo tomadas por um certo grupo de integrantes... E o que era pra ser uma revolução se transforma em uma tirania ainda mais opressiva que a dos humanos.

OPINIÃO

Não dá para ler A revolução dos bichos sem pensar nas revoluções históricas já documentadas. Ainda mais, é impossível não ver diversas semelhanças com o nosso tempo atual, o anterior e, provavelmente, os que vierem por aí também.

Isso porque a história de George Orwell (assim como em 1984, leia!), nos leva a pensar em questões sociais sérias, como: soberania, imposição de poder, desigualdade, fome e miséria, superioridade, escravidão, governança corrupta, discriminação, manipulação da verdade (fake news), omissão e deturpação de recursos, entre inúmeras outras questões. Alguma semelhança com o nosso mundo?

Animais ou não, pessoas ou não, quando a vontade do oprimido é oprimir (vide Paulo Freire e Foucault), a coisa toda se repete e tende a ser cada vez pior. A Revolução dos bichos nos deixa com medo. Medo dos próximos tempos. Mas também nos alerta, emite um forte comunicado e, no fim, para mim pode ser resumido como: o que nós queremos ser, o que oprime ou o que luta contra a opressão?

Se você já leu, grita aqui o que achou das minhas impressões. Se ainda não leu, tem vontade de ler? Já leu alguma fábula?